Com sensibilidade, o meu trabalho é concebido para reflectir os indivíduos e a sua história opressiva. Reflicto a opressão sistémica e transgeracional como denominador de trauma individual e colectivo, sedimentado na unidade social e familiar.
Enquanto artista branco, o meu trabalho visa responsabilizar-me pelo colonialismo dos meus antepassados e a pela minha indoutrinação e reprodução, consciente ou não, de pensamentos e praticas coloniais. Exponho-me, reflito-me e confronto-me, com a esperança de encorajar outros a fazer o mesmo.
Enquanto artista queer e não binário, o meu trabalho visa o empoderamento e a luta contra o medo e a vergonha internalizadas. Trabalho em direção ao que é genuíno, vulnerável, em direção à verdade idiossincrática. Defendo a abolição do patriarcado, do heteronormativismo e do binarismo de género e pensamento, que ainda imperam o fazer da arte e da vida.
Na minha prática, utilizo teatro, dança, filme e sonoplastia, enquanto linguagens artísticas e activistas. O meu trabalho é intérbiografico, na medida em que utiliza e confronta a minha biografia com a de outros artistas e activistas com quem trabalho, com base em modelos de colaboração transparentes, remunerados, e que refutam a apropriação e exploração cultural.
O meu objectivo é também gerar cultura que sirva de referência a outros indivíduos queer, trans e não-binários, que normalmente não se encontram representados pela cultura e as artes.